Os profissionais de TI de São Paulo aprovaram no sábado (15) uma greve da categoria. A paralisação está prevista para começar na próxima sexta-feira (21).
A decisão sobre a paralisação aconteceu em uma assembleia. Cerca de 800 profissionais participaram da reunião, realizada na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (Sindpd).
Esta não será a primeira paralisação da categoria. Segundo Antonio Neto, presidente do Sindpd, já aconteceu uma greve em 2011. Agora, os trabalhadores pretendem enfrentar novamente os empresários. “Eles ainda não entenderam que o profissional quer ser respeitado e valorizado”, disse em nota.
Os profissionais decidiram entrar em greve após uma negociação salarial que foi até a quinta rodada. No entanto, terminou sem acordo entre empresários e trabalhadores.
A última proposta apresentada pelas empresas foi de reajuste salarial de 6,5%, obrigatoriedade de apresentação de plano de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para empresas com mais de 10 funcionários, vale-refeição (VR) para companhias com mais de 35 funcionários e reajuste dos pisos de 7%. Mas os profissionais pedem reajuste nos salários de 8,8% e de 10,3% nos pisos, VR e PLR para todas as empresas.
O sindicato deverá publicar um anúncio em jornal de grande circulação para informar as empresas envolvidas com os serviços de TI. Após 72 horas da publicação, os trabalhadores já podem começar as paralisações, que podem ser pontuais ou generalizadas.
Segundo a lei, as empresas não podem rescindir nenhum contrato de trabalho durante a greve, nem contratar substitutos. Também não podem descontar os dias não trabalhados.
As consequências da paralisação
Em 2011, a paralisação dos profissionais interferiu principalmente os serviços bancários e de telecomunicações. Este ano, com a aproximação da Copa do Mundo, a implantação de projetos de TI importantes para a realização do evento podem ser afetados.
Os projetos incluem a infraestrutura tecnológica, de monitoramento e segurança nos estádios, inclusive da Arena Corinthians, sede da abertura da Copa. “Eles [empresários] não levaram a relevância do momento que o país vive em consideração na hora de valorizar seus trabalhadores. Mas os profissionais sabem da importância de seu trabalho”, afirmou Neto.
Segundo o presidente, muitas empresas já procuraram o sindicato para fechar acordos isolados e evitar as paralisações. “Estamos abertos para as negociações”, disse.